

As notícias sobre ambiente, num conceito alargado, publicadas nas páginas de jornais como a Ilustração Portuguesa ou o Expresso, têm a partir desta semana uma nova casa, em http://ecoline.ics.ul.pt.
COMENTÁRIOS E OPINIÕES by ZeZiOne@gmail.com
Às horas de ponta marcam presença em diversos pontos da cidade, para atrapanhar e congestionar mais o trânsito, já de si caótico e indisciplinado. Sobem passeios, estacionam em segunda fila, descarregam em curvas e paragens de autocarros. Enfim, não importa quantos estão atrás. O remédio é esperar que suas excelências entreguem as mercadorias aos clientes e pachorentamente cheguem ao fim da rua.
Não é por falta de legislação que as coisas não funcionam. Falta, sobretudo, civismo a quem tem responsabilidades neste sector de actividade (empresas transportadoras e fornecedoras) e capacidade de actuação a quem tem responsabilidades na regulação e fiscalização desta área, presumo que a Câmara Municipal de Lisboa.
Não se pode admitir que esta actividade continue a processar-se, em horários de maior fluxo de trânsito, com manifesto prejuízo para todos quantos se dirigem para os seus empregos, cujo dever de bem cumprir e sentido de responsabilidade, não pode ser comprometido, a cada passo, por uns quantos que teimam em manter um sistema de distribuição, há muito banido nos restantes países europeus.
Pois é! Levantem o cuzinho mais cedo da cama e façam as descargas em período nocturno.
E quem recebe a mercadoria deve criar condições de recepção que permitam a quem fornece deixar a mercadoria a horas de menor fluxo de trânsito, em tempo oportuno e com segurança.
Meus amigos, lá fora é assim!
Do que é que estão à espera?
CARTA ABERTA AO ENGENHEIRO
JOSÉ SÓCRATES
Esta é a terceira carta que lhe dirijo. As duas primeiras motivadas por um convite que formulou mas não honrou, ficaram descortesmente sem resposta. A forma escolhida para a presente é obviamente retórica e assenta NUM DIREITO QUE O SENHOR AINDA NÃO ELIMINOU: o de manifestar publicamente indignação perante a mentira e as opções injustas e erradas da governação.
Por acção e omissão, o Senhor deu uma boa achega à ideia, que ultimamente ganhou forma na sociedade portuguesa, segundo a qual os funcionários públicos seriam os responsáveis primeiros pelo descalabro das contas do Estado e pelos malefícios da nossa economia. Sendo a administração pública a própria imagem do Estado junto do cidadão comum, é quase masoquista o seu comportamento.
Desminta, se puder, o que passo a afirmar:
1.º Do Statics in Focus n.º 41/2004, produzido pelo departamento oficial de estatísticas da União Europeia, retira-se que a despesa portuguesa com os salários e benefícios sociais dos funcionários públicos é inferior à mesma despesa média dos restantes países da Zona Euro.
2.º Outra publicação da Comissão Europeia, L´Emploi en Europe 2003, permite comparar a percentagem dos empregados do Estado em relação à totalidade dos empregados de cada país da Europa dos 12. E o que vemos? Que em média nessa Europa 25,6 por cento dos empregados são empregados do Estado, enquanto em Portugal essa percentagem é de apenas 18 por cento. Ou seja, a mais baixa dos 12 países, com excepção da Espanha.
As ricas Dinamarca e Suécia têm quase o dobro, respectivamente 32 e 32,6 por cento. Se fosse directa a relação entre o peso da administração pública e o défice, como estaria o défice destes dois países?
3º. Um dos slogans mais usados é do peso das despesas da saúde. A insuspeita OCDE diz que na Europa dos 15 o gasto médio por habitante é de 1458. Em Portugal esse gasto é . 758. Todos os restantes países, com excepção da Grécia, gastam mais que nós. A França 2730, a Austria 2139, a Irlanda 1688, a Finlândia 1539, a Dinamarca 1799, etc.
Com o anterior não pretendo dizer que a administração pública é um poço de virtudes. Não é. Presta serviços que não justificam o dinheiro que consome. Particularmente na saúde, na educação e na justiça. É um santuário de burocracia, de ineficiência e de ineficácia. Mas infelizmente os mesmos paradigmas são transferíveis para o sector privado. Donde a questão não reside no maniqueísmo em que o Senhor e o seu ministro das Finanças caíram, lançando um perigoso anátema sobre o funcionalismo público. A questão reside em corrigir o que está mal, seja público, seja privado. A questão reside em fazer escolhas acertadas. O Senhor optou pelas piores. De entre muitas razões que o espaço não permite, deixe-me que lhe aponte duas:
1.º Sobre o sistema de reformas dos funcionários públicos têm-se dito barbaridades . Como é sabido, a taxa social sobre os salários cifra-se em 34,75 por cento (11 por cento pagos pelo trabalhador, 23,75 por cento pagos pelo patrão ).
OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS PAGAM OS SEUS 11 POR CENTO!.
Mas O SEU PATRÃO ESTADO NÃO ENTREGA MENSALMENTE À CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES, COMO LHE COMPETIA E EXIGE AOS DEMAIS EMPREGADORES, os seus 23,75 por cento.
E é assim que as "transferências" orçamentais assumem perante a opinião pública não esclarecida o odioso de serem formas de sugar os dinheiros públicos.
Por outro lado, todos os funcionários públicos que entraram ao serviço em Setembro de 1993 já verão a sua reforma ser calculada segundo os critérios aplicados aos restantes portugueses. Estamos a falar de quase metade dos activos. E o sistema estabilizará nessa base em pouco mais de uma década.
Mas o seu pior erro, Senhor Engenheiro, foi ter escolhido para artífice das iniquidades que subjazem á sua política o ministro Campos e Cunha, que não teve pruridos políticos, morais ou éticos por acumular aos seus 7.000 Euros de salário, os 8.000 de uma reforma conseguida aos 49 anos de idade e com 6 anos de serviço. E com a agravante de a obscena decisão legal que a suporta ter origem numa proposta de um colégio de que o próprio fazia parte.
2.º Quando escolheu aumentar os impostos, viu o défice e ignorou a economia. Foi ao arrepio do que se passa na Europa. A Finlândia dos seus encantos, baixou-os em 4 pontos percentuais, a Suécia em 3,3 e a Alemanha em 3,2.
3º Por outro lado, fala em austeridade de cátedra, e é apologista juntamente com o presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo, da implosão de uma torre ( Prédio Coutinho ) onde vivem mais de 300 pessoas. Quanto vão custar essas indemnizações, mais a indemnização milionária que pede o arquitecto que a construiu, além do derrube em si?
4º Por que não defende V. Exa a mesma implosão de uma outra torre, na Covilhã ( ver ' Correio da Manhã ' de 17/10/2005 ) , em tempos defendida pela Câmara, e que agora já não vai abaixo? Será porque o autor do projecto é o Arquitecto Fernando Pinto de Sousa, por acaso pai do Senhor Engenheiro, Primeiro Ministro deste país?
· Por que não optou por cobrar os 3,2 mil milhões de Euros que as empresas privadas devem à Segurança Social ?
· Por que não pôs em prática um plano para fazer a execução das dívidas fiscais pendentes nos tribunais Tributários e que somam 20 mil milhões de Euros ?
· Por que não actuou do lado dos benefícios fiscais que em 2004 significaram 1.000 milhões de Euros ?
· Por que não modificou o quadro legal que permite aos bancos, que duplicaram lucros em época recessiva, pagar apenas 13 por cento de impostos ?
· Por que não renovou a famigerada Reserva Fiscal de Investimento que permitiu à PT não pagar impostos pelos prejuízos que teve no Brasil, o que, por junto, representará cerca de 6.500 milhões de Euros de receita perdida ?
A Verdade e a Coragem foram atributos que Vossa Excelência invocou para se diferenciar dos seus opositores.
QUANDO SUBIU OS IMPOSTOS, QUE PERANTE MILHÕES DE PORTUGUESES GARANTIU QUE NÃO SUBIRIA,
FICÁMOS TODOS ESCLARECIDOS SOBRE A SUA VERDADE.
QUANDO ELEGEU OS DESEMPREGADOS , OS REFORMADOS E OS FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS COMO PRINCIPAIS INSTRUMENTOS DE COMBATE AO DÉFICE,
PERCEBEMOS DE QUE TEOR É A SUA CORAGEM
Santana Castilho (Professor Ensino Superior)
Causas da maleita - crónicodoentios, hipocondríacos, internadodependentes, cirurgicomasoquistas, etc.
Sintomas visíveis - Ar distante, coloração rosada (sinónimo de insegurança), apatia social, perda de bom senso, teimosia, etc.
Efeitos a curto prazo - As intervenções cirúrgicas e os internamentos hospitalares passam a estar sujeitos a requerimento ao Ministro das Finanças, depois de ouvida a Comissão de Análise das Propostas (a criar no âmbito do Ministério da Saúde) sobre o cabimento dos mesmos.
Admirem-se!
Senhor Ministro, já não há pachorra! Não parta do princípio que são todos mausinhos! Não se esqueça que também faz parte desse todo!
"Quem avisa, amigo é"! O Abade não foge ao ditado!
Do site da TVCabo retirámos o pequeno texto que se segue - "Chama-se Nuno Filipe, tem 17 anos, vive em Soutelinho do Mesio, guarda um rebanho de 500 cabras que vão com ele para todo o lado que só larga para ir à escola, e é o protagonista do anúncio Netcabo. Nos intervalos, senta-se ao computador e com a ajuda da Internet viaja para todo o lado. Fala com o irmão que está nos Estados Unidos, troca jpegs, mpegs, mp3 e escreve em blogues. O Nuno continua a ser o único jovem da sua aldeia."
Pois é, através deste elucidativo texto fiquei a saber (isto para quem não ocupa regularmente um lugar à frente de um qualquer televisor) que o Nuno Filipe é o protagonista do anúncio Netcabo da Portugal Telecom.
Inicialmente pensei que os objectivos da PT fossem puramente comerciais. Mas analisando melhor, retirei esta minha preocupação. Afinal que mais valia poderia a Net Cabo vislumbrar num jovem puro e inocente dum recôndito lugarejo? Pensando melhor, o que se pretendeu foi ajudar um jovem solitário preso à sua aldeia a sonhar com um futuro diferente. Bonita iniciativa!
Mas, esperem lá! A Net Cabo voltou a Soutelinho do Mesio para preparar uma Campanha Publicitária em que o protagonista é o próprio Nuno Filipe. Voltaram as minhas dúvidas.
Afinal a PT descobriu um furo e o jovem pastor é a água saciadora da sua sede! Estarei enganado? Talvez! Mas enquanto não voltarem lá e contribuirem desinteressadamente para a melhoria das condições de vida daquela família e região, de uma forma equilibrada, conciliando interesses económicos e comerciais com atitudes sociais e educacionais, as preocupações não se dissiparão.
Afinal de contas, onde param as tão badaladas responsabilidades sociais das empresas? Será que a facturação justifica a utilização de todos os meios, nomeadamente o uso de pessoas mais carentes e incautas a troco de uns míseros kits ou trocos e do acenar de um sonho ali tão perto, à distância de um monitor de TV ou terminal de Internet?
É impressionante verificar até onde vão as estratégias publicitárias!